Setor de eletroeletrônicos se mantém no topo da Zona Franca de Manaus

ELIEZER RAPOSO 28 de fevereiro de 2019 – 20:10

Empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM) do setor de eletroeletrônicos buscam inovar sempre para atender as necessidades do consumidor
Empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM) do setor de eletroeletrônicos buscam inovar sempre para atender as necessidades do consumidor | Foto: ARQUIVO EM TEMPO

Manaus – Manter o foco na qualidade e no lançamento de produtos com novos designs é item essencial para manter o setor de eletroeletrônicos da Zona Franca de Manaus (ZFM) no topo do ranking dos maiores faturamentos entre os vários segmentos industriais instalados no Polo Industrial de Manaus (PIM). Aliado a isso, existe o fato de que produtos eletroeletrônicos, como ares-condicionados, televisores, celulares, aparelhos de som, são considerados “populares” e de necessidade nos lares dos brasileiros. Nesse sentido, empresas do setor sempre buscam atender aos anseios dos consumidores.

“É um setor que está sempre procurando inovar, trazer e mostrar novidades para os consumidores”, destacou o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Jorge Nascimento Júnior. De acordo com o relatório da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), até o mês de novembro de 2018, o PIM faturou R$ 85,7 bilhões, representando um crescimento de 13,90% em relação a igual período de 2017, quando o Polo Industrial apresentou um faturamento de R$ 75,2 bilhões.

Do faturamento total do PIM registrados até novembro do ano passado, o Polo de Eletroeletrônicos representou a maior fatia do bolo, com R$ 24,4 bilhões, o que representa 28,50% do faturamento global do PIM. Ainda segundo relatório da Suframa, os produtos que apresentaram crescimento na produção no acumulado dos onze meses de 2018, em relação ao mesmo período do ano anterior, destacam-se: condicionador de ar tipo janela ou de parede (84,52%), telejogo (48,95%), microcomputador portátil (42,57%), aparelho GPS (37,43%), aparelho de barbear (25,49%), unidade condensadora para split system (22,27%). Em termos de volume de faturamento apresentado está o televisor com tela de cristal líquido (R$ 16,2 bilhões e US$ 4,5 bilhões).

Jorge Júnior disse, ainda, que as 18 indústrias de eletroeletrônicos do Amazonas associadas ao Eletro geram cerca de 30% dos empregos no Polo Industrial, algo em torno de 20 mil empregos. Em novembro, foi registrada a marca de 87.596 trabalhadores, entre efetivos, temporários e terceirizados no PIM. O número é 0,68% menor que o total de vagas registrado em outubro (88.208) e 2,76% inferior que o registro de mão de obra de novembro de 2017 (90.083). Já a média mensal acumulada até novembro foi de 87.974 empregos, o que representa 1,25% de acréscimo na comparação com a média de empregos do ano de 2017 (86.883).

Os produtos do setor de eletroeletrônicos do PIM são considerados como populares e de necessidade dos lares dos brasileiros
Os produtos do setor de eletroeletrônicos do PIM são considerados como populares e de necessidade dos lares dos brasileiros | Foto: ARQUIVO EM TEMPO

Mas, para este ano, com a economia mais estabilizada, o presidente da Eletros disse esperar um crescimento maior na produção do setor e na geração de empregos no Polo Industrial. Segundo Júnior, 98% da produção das indústrias de eletroeletrônicos é consumida no mercado interno. O objetivo é buscar novos mercados, mas segundo ele, esse desejo esbarra na falta de infraestrutura no Estado, já que não existe linha diretas, por vias marítimas ou aéreas, para outros países.

“O governo tem que ser mais ágil, criando condições para a exportação dos produtos fabricados na Zona Franca”, disse Jorge Júnior. Na avaliação do empresário, uma saída seria a criação de um sistema rodofluvial, como o Manta/Manaus, com a balizamento de toda a extensão dos rios Amazonas e Manta. Além disso, criar taxas fixas para as capitais dos países da América do Sul. “Existe ainda o fato da burocracia, no Brasil se leva até sete dias para liberar uma exportação, já no México, por exemplo, esse processo não dura mais que 3 horas”, destacou o presidente da Eletros.

Para o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, a infraestrutura para exportar no Amazonas é complexa e muito onerosa para as empresas. “Mas nós sempre exportamos para os países fronteiriços, principalmente, para a Argentina”, afirma Azevedo. Ele também alega, no entanto, que no momento, o mercado não está muito comprador. Mas existe a perspectiva de que retomada nas vendas no mercado interno e externo. Fonte: https://d.emtempo.com.br/economia/139217/setor-de-eletroeletronicos-se-mantem-no-topo-da-zona-franca-de-manaus