Saques do FGTS levam economistas a reverem para cima expansão da economia em 2019

19/08 – Fonte: O Globo (online)

RIO — Mesmo com cenário externo conturbado, em meio à guerra comercial entre China e Estados Unidos e uma possível desaceleração da economia global, os economistas voltaram a projetar que a economia brasileira pode ter um desempenho melhor em 2019.

De acordo com os economistas consultados pelo Banco Central (BC) no Boletim Focus, o Produto Interno Bruto (PIB) do país devem crescer 0,83% neste ano. Na semana anterior, a projeção era de alta de 0,81%.

A revisão está relacionada aos efeitos positivos da liberação de parte dos recursos do FGTS sobre o consumo, avalia Flávio Byron, sócio da Guelt Investimentos. Os saques serão permitidos a partir de setembro.

— Diante do atual cenário, a liberação do FGTS é o que mais explica esta mudança nas projeções dos economistas. Mas é algo pequeno, mais simbólico do que uma sinalização de retomada da economia – afirma Byron.

Semana passada, o Banco Central divulgou dados que apontam retração da economia no segundo trimestre, a chamada prévia do PIB – o dado oficial será divulgado apenas no fim deste mês pelo IBGE.

Caso o indicador do IBGE confirme o recuo da economia entre abril e junho, o país terá recessão técnica, quando há dois trimestres negativos seguidos. Mas o próprio BC aposta em uma recuperação da economia.

O Boletim Regional da instituição, documento elaborado trimestralmente pela autoridade monetária para detalhar o cenário econômico das regiões do país, destaca que as reformas e a liberação de recursos do FGTS podem contribuir para uma expansão da atividade econômica.

Inflação mais baixa

Enquanto as projeções sobre o desempenho da economia sobem, a perspectiva em relação à inflação é de redução, segundo o Focus. De acordo com o boletim, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) vai encerrar o ano com avanço de 3,71%. Na semana anterior, a projeção era de 3,76%.

O percentual é inferior ao centro da meta estipulada para o governo para 2019, que é de 4,25%.

Em relação ao câmbio, as projeções apontam alta do dólar. De acordo com os economistas consultados pelo BC, a divisa americana deve encerrar o ano a R$ 3,78. Na semana anterior, a expectativa era de dólar a R$ 3,75 neste ano.

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