ESPECIAL LIDERANÇA FEMININA – ALESSANDRA MOURA – MIDEA CARRIER

Alessandra
ALESSANDRA MOURA

Com 28 anos de carreira no setor de eletroeletrônicos e eletrodomésticos, Alessandra Moura passou por praticamente todos os departamentos de uma indústria, do “chão de fábrica ” às áreas administrativas até ocupar uma posição estratégica na chefia de manufatura da Midea Carrier. A profissional que é destaque na seção Liderança Feminina, nesta edição do Conectados, é um exemplo de como a equidade de gênero existe e vem se fortalecendo em nosso setor e sintetiza a importância do Polo Industrial de Manaus para a geração de empregos qualificados e geração de renda na região.

1.Qual a sua a formação e como foi resumidamente sua trajetória profissional? Como você chegou ao setor de eletroeletrônicos e o que mais te atrai neste segmento?

R- Fui estudante de escola pública e comecei a trabalhar muito cedo. Com um pouco mais de recursos, voltei aos estudos ingressando na faculdade de administração. Posteriormente fiz pós-graduação e, por fim, consegui fazer um mestrado em uma universidade europeia.

Trabalhar numa grande empresa do setor eletroeletrônico sempre foi um sonho meu, desde minha infância. O que me atrai nesse segmento é a maneira como as empresas tratam seus funcionários, a preocupação com o constante treinamento através de cursos específicos e a valorização que os recursos humanos dão às pessoas.  Desde o primeiro momento que entrei no setor, vi que havia feito a escolha certa e não pretendo mudar.  Hoje já tenho acumulado 28 anos de carreira na indústria, tendo passado nas áreas de manufaturas, compras, novos e planejamento de fábrica.

2.Como foi para você lidar com os desafios de galgar um posto de liderança na produção diante das conhecidas dificuldades enfrentadas pelas mulheres no ambiente de trabalho não apenas no Brasil,  mas também no mundo?

R- Não foi fácil, mas creio que a experiência que tive, por começar cedo e próxima ao “chão de fábrica”, foi determinante na empatia com os liderados. Importante também foi a liderança da empresa que sempre me incentivou a alcançar objetivos mais altos.

3.Do início de sua carreira até hoje as mulheres vêm alcançando cada vez mais igualdade de condições em relação aos homens, ainda que haja enormes discrepâncias.  Quais foram as principais mudanças de lá para cá que você considera importantes?

R- Tenho que concordar que ainda existem grandes diferenças entre mulheres e homens nas empresas. Ainda há, culturalmente, quem não considere as mulheres aptas a ocupar cargos mais altos nas empresas, dificultando seu crescimento. Mas de lá pra cá aconteceram avanços, com os salários tendendo a se equiparar e as oportunidades aumentando, embora a igualdade esteja ainda distante.

4.Na sua visão qual o papel das empresas para que as mulheres ocupem ainda mais posições de liderança e quais os diferenciais de sua empresa neste quesito, no sentido de oferecer oportunidades?

R- As empresas precisam, cada vez mais, abrir espaços para inclusão da diversidade. Não apenas, mas também para as mulheres.  A Midea Carrier é uma empresa que pensa e age seriamente a esse respeito. Temos mulheres ocupando cargos de gestão em diversas áreas e isto é política da empresa.

5.Quais são as políticas da sua empresa para tratar sobre os temas de inclusão e diversidade no time? Vocês possuem algum programa de atração focado nesse aspecto?

R- A Midea sempre busca incentivar as mulheres para participar de programas internos, entende que temos condições de assumir qualquer posição na empresa, com isso cada vez mais estamos tendo mulheres em posições de liderança, eu incentivo 100% do meu time a buscar crescimento seja no estudo, língua inglesa, gestão, e sim, conto a minha história para que sirva de motivação.

6.Como você avalia a indústria,  em comparação com outros setores, no sentido de oferecer oportunidades para as mulheres?

R- Olhando pelo prisma do PIM, embora possamos notar uma evolução, como já mencionei, ainda há uma questão cultural muito forte que dificulta a inclusão. Entretanto, cabe às empresas e ao poder público a tomada de medidas que visem cada vez mais a eliminação de barreiras à diversidade. Que a baliza principal seja sempre a competência e o conhecimento, e não sexo, raça ou qualquer outra.