— EDITORIAL —
O primeiro trimestre de 2021 nos mostrou que não serão poucos os desafios a serem superados ao longo deste ano.
Com a pandemia agravada nas regiões nordeste, sudeste e sul, o país vive de forma distinta várias fases de restrições regionais, o que traz instabilidades ao varejo e incertezas para diversos setores.
Diante deste cenário, o comércio eletrônico pode se converter em uma via de acesso importante entre a indústria e consumidores finais. Para entender todo esse contexto, nesta edição entrevistamos o vice-presidente da ABCOMM que fala como o setor está se organizando para atender a demanda, novos perfis de consumidores que surgiram com a pandemia e de como as restrições, se mais severas, podem prejudicar a logística do setor.
Ouvimos também o deputado federal, Daniel Freitas (PSL/SC), que foi relator da PEC Emergencial e explica a missão do governo federal, com apoio do Congresso Nacional, em promover ajuda para a população mais vulnerável sem comprometer o orçamento.
O presidente da CNI, Robson Andrade, também nos concedeu uma importante entrevista sobre a necessidade de não se abandonar a agenda da competitividade mesmo diante dos desafios sanitários, econômicos e sociais.
Jorge Nascimento, Presidente da ELETROS, em artigo, traça uma análise sobre o quanto dependemos das vacinas para plena retomada da economia.
Boa leitura!
O Conectados é uma publicação mensal da Eletros com o objetivo de reforçar, junto à opinião pública e formadores de opinião, a importância de nossa representatividade ao desenvolvimento econômico e social do país.
FIQUE LIGADO
SAIBA OS PRINCIPAIS ASSUNTOS QUE MOBILIZARAM A AGENDA DA ELETROS
A ELETROS realizou importante reunião com o Secretário Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, do Ministério da Economia, Roberto Fendt, no dia 14/04, para tratar temas como a Inserção Internacional Competitiva e o Setor Eletrodoméstico e Eletroeletrônico; Classificação Tarifária de alguns produtos e Antidumping.
No último dia 12/04, a ELETROS se reuniu virtualmente com Jorge Luiz de Lima, Secretário do Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação, do Ministério da Economia. Foram abordados temas como PPBs e inserção internacional competitiva da indústria nacional de eletroeletrônicos e eletrodomésticos.
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA ELETROS
No dia 31/03, o Conselho de Administração da ELETROS, realizou sua reunião ordinária. Entre as pautas, houve a eleição para Presidente do Conselho de Administração e Vice-Presidentes dos Setoriais das Linhas Marrom e Portátil. Edward Feder, Marcio Herman e Jacques Krause, respectivamente, foram reconduzidos aos cargos por mais 1 ano (até março 2022).
Na oportunidade, os Vice-Presidentes pontuaram os temas mais desafiadores para este ano em cada um dos setoriais, bem como os resultados de trabalhos já realizados este ano.
O Presidente Executivo, Jorge Nascimento, ponderou os principais temas tratados no 1º trimestre, e os que ainda serão pauta da associação nos próximos meses do ano, tais como: ações institucionais no enfrentamento da crise sanitária e econômica, cadeia de suprimentos, abertura comercial, reformas estruturantes, regulatórios, sustentabilidade ambiental (logística reversa) e panorama político.
Veja como ficou a composição do Conselho Administrativo da ELETROS este ano:
A equipe responsável pela Área Internacional do Inmetro, representada por André Santos, Diego Pizetta, Léa Freitas, Maria Aparecida Menssor e Reinaldo Wacha, se reuniu, virtualmente, com a ELETROS no dia 26/03. Foram tratados o panorama do comércio exterior que a associação está inserida e as dificuldades enfrentadas devido a exigências técnicas impostas pelos diferentes mercados de interesse do setor.
Fez parte da agenda de março (24), a reunião virtual da Mesa da Cadeia do Plástico, realizada pela Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec-ME). O objetivo da Mesa é debater medidas que visem reduzir custos e gerar competitividade aos produtores de resinas, ao setor transformador de resinas e ao setor produtivo cliente do setor de plásticos utilizados em seus processos de produção, entre eles, o segmento eletroeletrônico.
A Coalização Indústria, grupo de 14 Associações, entre elas a ELETROS, realizou, no dia 19/03, reunião com o Ministro da Economia, Paulo Guedes. A pauta foi composta por temas como a vacinação, crise econômica, medidas de apoio às empresas, abertura comercial e o auxílio emergencial.
No dia 04/03, a ELETROS esteve em reunião com o ex-Ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, tratando temas de grande importância como a vacinação, cenário de crise, retomada do crescimento econômico x equilíbrio Fiscal, frete internacional, problemas com insumos, entre outros. Na ocasião, foram citadas medidas como a amplitude da vacinação, a partir do segundo semestre, e a melhoria no ambiente de negócios.
No início do mês de março (3), a ELETROS participou de reunião da CEB (Coalizão Empresarial Brasileira) que contou com o Deputado Marcelo Ramos (PL/AM), Vice-Presidente da Câmara dos Deputados. No encontro foram tratadas as alterações da Tarifa Externa Comum – TEC, ações do setor privado e do Congresso Nacional, condições e limites para alteração da tarifa de importação (PL 537/2021).
PEC EMERGENCIAL
RELATOR DA PEC EMERGENCIAL DEFENDE AUXÍLIO COM RESPONSABILIDADE FISCAL E AGENDA DE REFORMAS
Diante das dificuldades previstas para a economia nos próximos meses, o Parlamento aprovou nas últimas semanas uma reedição do auxílio emergencial do ano passado, entretanto com um valor menor. O objetivo do governo com a iniciativa foi o de auxiliar parte da população mais vulnerável sem que isso implique comprometer ainda mais o equilíbrio fiscal. Relator da PEC emergencial que contempla o auxílio, o deputado governista Daniel Freitas, do PSL de Santa Catarina, conversou com o Conectados sobre suas expectativas frente aos impactos positivos do auxílio em 2021 e sobre o que deve ser, na sua visão, prioridade na agenda legislativa.
1. Conectados: Deputado, o secretário especial da Fazenda do ministério da Economia, Waldery Rodrigues, deu uma declaração que pareceu positiva, ao afirmar que, apesar de ter sido “o possível”, a aprovação da PEC Emergencial promoveu um “avanço substancial” em relação aos seus dispositivos que contribuem para o controle das contas públicas. O que senhor considera o maior avanço, o que faltou e o que deveria ter sido aprovado?
Daniel Freitas: O maior avanço, na minha opinião, foi prever o controle nos gastos e a manutenção das medidas de orçamento, sem comprometer o maior programa do mundo oferecido durante a pandemia à população, que é o auxílio emergencial concedido no Brasil. Paralelo a isso, mostramos para o mercado interno e externo que somos um País responsável, com um claro sinal que é seguro investir aqui.
2. Conectados: O valor individual do benefício do Auxílio Emergencial não foi definido na atual PEC 109/2021 (originária da PEC 186/2019 – PEC Emergencial), mas foi determinado na Medida Provisória n° 1039/2021, entre R$150 e R$375. É uma diminuição significativa de valores, considerando o montante concedido, por família, em 2020. De todo modo, o senhor considera que esse novo valor para o Auxílio Emergencial é suficiente para contribuir para a retomada da economia e movimentar o mercado consumidor?
Daniel Freitas: A emenda constitucional aprovou a concessão ao Governo Federal de ampliar os gastos, indicando e prevendo de que forma isso seria feito com responsabilidade, sem resultar no prejuízo fiscal e orçamentário do Governo, que atinge diretamente os recursos e investimentos feitos em diversos setores, como educação e infraestrutura, por exemplo. O valor do auxílio é estabelecido pelo próprio Ministério da Economia, prevendo o número de beneficiários e a quantidade de parcelas. Com certeza não é o ideal, mas foi o valor possível para que pudéssemos manter a dignidade das famílias neste momento tão difícil, sem comprometer a economia e o orçamento.
3. Conectados: O Instituto Brasileiro de Economia da FGV (IBRE) considera que o auxílio emergencial, com um valor menor, traz um fôlego curto para a recuperação econômica. Além do auxílio, alguma outra medida poderia contribuir para reaquecer o mercado?
Daniel Freitas: Desde o início da pandemia, o Governo Federal deu claros sinais de que está contribuindo para que a economia não seja exterminada. Um exemplo é o Pronampe – Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, que é uma linha de crédito especial de R$ 15,9 bilhões, para ajudar empreendedores afetados pela pandemia.
4. Conectados: Um grupo de economistas, entre eles Armínio Fraga, Pedro Malan, Ilan Goldfajn e Afonso Celso Pastore, assinou uma carta aos 3 Poderes pedindo vacinação e medidas de distanciamento social para combater à pandemia. A economista Silvia Matos, do IBRE, também declarou que a melhor política econômica atual seria a intensificação do programa de vacinação. Até que ponto o auxílio emergencial será eficaz, se não houver um aumento de investimento nesses dois outros pontos?
Daniel Freitas: O Governo Federal está investindo na vacinação em massa. A previsão é que 170 milhões de brasileiros sejam vacinados ainda este ano. A prorrogação do auxílio emergencial vem para complementar o período de vacinação e a retomada do dia a dia da população e, consequentemente do aquecimento da economia.
5. Conectados: Como próximos passos para que possamos fomentar a economia nacional, nesse momento em que ainda sofremos com os impactos da pandemia pelo Coronavírus, como o Poder Legislativo ainda pretende atuar?
Daniel Freitas: O Congresso Nacional teve um papel preponderante no enfrentamento à pandemia ao dar celeridade às votações de matéria que viabilizaram o atendimento à população, aos estados e aos municípios. E agora chegou o momento de colocar em votação e aprovar pautas urgentes, há muito demandadas pela sociedade – em especial as reformas tributária e administrativa.
6. Conectados: O Orçamento 2021, talvez o de maior complexidade dos últimos anos por conta da pandemia e todos os seus reflexos econômicos e sociais, tem gerado muitas discussões. Como o senhor avalia o resultado final? Na sua visão, qual foi o maior desafio no equacionamento das despesas?
Daniel Freitas: Já estamos em abril e só agora o orçamento federal para 2021 foi aprovado. E o orçamento aprovado não teve um resultado favorável e nem equacionamento das despesas, haja visto que o próprio Relator Geral se manifestou favorável à alterações.
7. Conectados: apesar de toda a agenda repleta de desafios imediatos para contenção da pandemia, como vacina e aquisição de suprimentos para o SUS, o Ministro Paulo Guedes e analistas do mercado consideram urgente trabalhar paralelamente na agenda das Reformas. Na sua opinião, há espaço para avançarmos neste ponto ainda em 2021?
Daniel Freitas: Não tenho dúvida de que estas duas pautas são prioridade, inclusive o Congresso já se movimenta neste sentido.
8. Conectados: Entre a Reforma Tributária e a Administrativa qual, na sua visão, é a mais urgente e por quê?
Daniel Freitas: As Reformas Tributárias e Administrativa são pautas urgentes, há muito demandadas pela sociedade. Entretanto, considero a aprovação da Reforma Tributária imprescindível para o momento que o país atravessa, pois ela vai possibilitar a redução do Custo Brasil, melhorar o ambiente de negócios do país, atrair investimentos e gerar mais empregos e renda para a população.
COMPETITIVIDADE
PARA CNI, CRISE SANITÁRIA E RETOMADA DA ECONOMIA SÃO AGENDAS QUE DEVEM SER TRABALHADAS PARALELAMENTE
Ao mesmo tempo em que o país enfrenta a segunda da Covid-19, não deixar em segundo plano as medidas efetivas para a retomada da economia e enfrentamento do Custo Brasil, se faz necessário. “Não há mais tempo para se atacar um problema de cada vez”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, em entrevista ao Conectados.
O presidente afirma que a CNI apresentou uma série de propostas ao governo e ao Congresso para o Brasil vencer a crise e voltar a crescer, entre elas estão ações para prover capital de giro, manter empregos, adiar ou reduzir despesas tributárias e financeiras, reduzir os custos de regulação e conformidade, além de medidas estruturantes na área tributária, política fiscal, financiamento, meio ambiente, infraestrutura, inovação, comércio exterior e relações do trabalho. Confira a entrevista!
1. Conectados: Diante do cenário de recrudescimento da crise sanitária a discussão sobre o Custo Brasil, na sua avaliação, fica em segundo plano ou podemos esperar avanços ainda em 2021 nesta agenda por parte do Governo Federal e do Parlamento?
Robson Andrade: Nos últimos 10 anos, o PIB do Brasil cresceu a uma taxa média anual de apenas 0,3%, enquanto o PIB da indústria de transformação encolheu 1,6% ao ano, em média. Não há mais tempo para se atacar um problema de cada vez.
O desafio, que já era grande para 2021, tornou-se ainda maior com a segunda onda da Covid-19, o colapso no sistema de saúde e a necessidade de novas medidas restritivas. O que seria um momento de implementação de políticas públicas para consolidar a recuperação e estabelecer as bases para o crescimento sustentado deu lugar à elevação da taxa Selic para controlar a inflação e à necessidade de reedição das medidas emergenciais de proteção às famílias e às empresas.
A retomada da economia, que já dava sinais de arrefecimento no início do ano, será substituída por uma nova queda da atividade nos meses de março e abril.
Por isso, não podemos perder a visão de que é necessário fazer o País voltar a crescer de forma sustentada, a taxas de 3% ou mais ao ano. Essa agenda deverá ser perseguida ao mesmo tempo que se cuida dos problemas de curto prazo. Só assim conseguiremos reduzir o desemprego e elevar a renda e o padrão de vida da população para patamares mais próximos daqueles que vigoram nos países desenvolvidos.
2. Conectados: Quais são as medidas mais viáveis que poderiam neste momento de crise ser tomadas para superar os desafios de redução do Custo Brasil?
Robson Andrade: Muitos dos avanços necessários não dependem de amplas reformas constitucionais, que são mais difíceis de serem aprovadas, mas de ações sobre a legislação comum, mudanças que partiriam de iniciativas dos poderes Executivo e Judiciário.
Além de atacar os atuais entraves tributários, a redução do Custo Brasil requer a modernização e a ampliação da infraestrutura, o corte dos custos dos financiamentos, o combate à burocracia, o aumento da segurança jurídica e a qualificação profissional dos trabalhadores.
É indispensável diminuir a burocracia que dificulta investimentos e atrapalha o dia a dia das empresas.
Outros assuntos importantes são a recuperação de empresas, licenciamento ambiental, a regulamentação do novo marco do gás natural e do marco do saneamento, novo marco regulatório do setor elétrico e financiamento à infraestrutura e à inovação.
3. Conectados: O senhor acredita no avanço das reformas estruturantes ainda em 2021? Qual delas deveria ser priorizada na sua visão?
Robson Andrade: Com vontade política é possível avançar na reforma tributária nesse primeiro semestre. O sistema tributário brasileiro é complexo, burocrático e com distorções que elevam os custos das empresas, penalizam as exportações e os investimentos e trazem insegurança jurídica e problemas com o fisco.
Os desafios da recuperação econômica no pós-pandemia exigem que o país reorganize o sistema tributário para viabilizar investimentos e criar empregos, além de ampliar sua competitividade e inserção no comércio internacional.
Além disso, também é importante reformar a administração pública, tornando o Estado brasileiro mais leve e eficiente, além de menos caro para a sociedade. Para o aparato estatal, deve sempre valer a máxima de “fazer mais com menos”, ou seja, oferecer melhores serviços públicos, como os de saúde, educação e segurança, custando menos para o bolso do contribuinte. A volta do equilíbrio fiscal e orçamentário é um requisito fundamental para o crescimento econômico saudável, sem inflação, mais vigoroso e de longo prazo.
4. Conectados: Diante dos desafios para se manter o teto dos gastos e o compromisso com a responsabilidade fiscal, a capacidade de investimentos do governo para superação de gargalos logísticos e de infraestrutura ficam limitadas. Ainda assim, o que pode ser feito?
Robson Andrade: Tem muito a ser feito, como a continuidade e o aprofundamento dos processos de concessão, além da atualização de marcos regulatórios em tramitação no Congresso Nacional. Várias ações que estavam em andamento e foram adiadas devido à pandemia de Covid-19 agora estão maduras para sair do papel.
Iniciamos um processo que engloba leilões de 22 aeroportos, também de terminais no setor portuário e da Companhia Docas do Espírito Santo, além de editais das áreas de óleo e gás e a concessão do primeiro trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), da região de Ilhéus até a cidade de Caetité, na Bahia. Para 2021 também aguardamos a concessão de mais seis trechos rodoviários federais. Merecem destaque os segmentos com altos níveis de tráfego e de acidentes, como a BR 381/262 (MG/ES) e a BR 163/230 (MT/PA).
Fora do setor de transportes, ganha enorme importância o leilão do 5G e as concessões de companhias de saneamento, como o leilão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae). No âmbito do Congresso Nacional, o setor de infraestrutura conta com importantes projetos que devem ser apreciados o mais rapidamente possível.
Na área de energia elétrica, destacam-se duas importantes propostas que tramitam no Congresso. O Projeto de Lei 232/2016 moderniza o marco legal e estabelece normas para ampliar a livre negociação e viabilizar uma nova estrutura de negócios para o setor. Outra proposta fundamental é o PL 5.877/2019, que permite a capitalização da Eletrobras. Esse projeto é muito importante para o país porque a companhia precisa poder investir sem as amarras do controle público e com a agilidade do setor privado.
5. Conectados: No ano passado o Governo Federal e o Congresso Nacional implementaram uma série de medidas visando a preservação dos empregos, a garantia de renda aos mais vulneráveis e crédito. O senhor acredita que teremos os mesmos instrumentos em 2021 e que as propostas que estão em discussão (algumas já aprovadas) serão suficientes?
Robson Andrade: A pandemia da Covid-19 gerou a necessidade de união de todos os brasileiros em favor da vida, da saúde e do sustento das famílias. Tem sido um período de extrema dificuldade, que exige atenção redobrada e dedicação dos poderes da República, das empresas e dos trabalhadores.
Mais do que nunca, precisamos adotar medidas que não só facilitem, mas também estimulem a recuperação dos empregos e o crescimento da economia. A CNI apresentou uma série de propostas ao governo e ao Congresso para o Brasil vencer a crise e voltar a crescer, entre eles estão ações para prover capital de giro, manter empregos, adiar ou reduzir despesas tributárias e financeiras, reduzir os custos de regulação e conformidade, além de medidas estruturantes na área tributária, política fiscal, financiamento, meio ambiente, infraestrutura, inovação, comércio exterior, relações do trabalho.
6. Conectados: Como a CNI avalia a condução do Governo Federal à gestão da crise sanitária? Quais são as expectativas da Confederação para que o Brasil consiga vacinar toda a sua população adulta?
Robson Andrade: À medida em que a vacinação for avançando, as incertezas econômicas, políticas e sociais relacionadas à pandemia se dissiparão. Afastado o risco da doença, as pessoas e as empresas se sentirão mais seguras para retomar plenamente suas atividades. A confiança trará novo fôlego ao consumo e à produção, o que acelerará a recuperação das perdas deixadas por essa que é uma das mais graves crises sanitárias e econômica enfrentadas pela humanidade.
Com isso, poderemos concentrar esforços nas ações necessárias para iniciarmos um ciclo de crescimento sustentado. Projeções da CNI indicam que, depois de uma queda estimada em 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB), o Brasil deverá crescer 3%, e a indústria terá uma expansão de 4,3% em 2021. Mesmo assim, a taxa de desemprego continuará elevada, podendo ficar próxima de 14,6%. Para reverter esse quadro, é preciso criar um ambiente que favoreça a atração de novos investimentos.
COMÉRCIO ELETRÔNICO
O COMÉRCIO ELETRÔNICO PROJETA CRESCIMENTO DE 18% EM 2021, MAS PROJEÇÕES PODEM SER VISTAS CASO HAJA ENDURECIMENTO DE MEDIDAS RESTRITIVAS
Ninguém imaginava no início de 2021 que fossemos enfrentar novamente períodos de restrição à circulação como no ano passado, e o desejo da maioria das pessoas, sem sombra de dúvida, era poder voltar a consumir nas lojas físicas, frequentar shoppings e levar a vida mais próxima do que era nossa antiga normalidade.
Com o agravamento da pandemia e o ritmo de vacinação aquém do ideal, segundo os especialistas em saúde pública, corremos o risco de permanecermos em casa mais do que gostaríamos e, com isso, crescem as possibilidades de o comércio eletrônico ser em alguns momentos a principal via de acesso para a indústria, e para o varejo, os consumidores.
Para compreendermos esse cenário e sabermos das expectativas do segmento de e-commerce, o Conectados entrevistou o vice-presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, a Abcomm, Rodrigo Bandeira Santos.
Conectados: No final de 2020, embora houvesse sinais de um recrudescimento da pandemia, ninguém imaginava que fossemos experimentar novamente esse cenário de restrições e do fechamento do comércio físico. Como você enxerga 2021 para o comércio eletrônico? Vocês estão projetando crescimento?
Rodrigo Bandeira: Ano passado fomos todos pegos de surpresa por essa questão da pandemia e o comércio eletrônico teve uma pronta resposta extraordinária, principalmente se pensarmos que não houve um planejamento prévio para meses seguidos de fechamento e de restrições no comércio geral de shoppings e de rua. A pronta resposta tanto de disponibilidade de itens como de rapidez de entrega, diante desse imediatismo, foi muito positiva. Ela ajudou consumidores a permanecerem em casa consumindo com segurança e ajudou na sobrevivência de milhares de empresas que criaram em 2020 os seus sites. Aqueles projetos adiados por meses e por anos tiveram que vir à tona como forma de sobrevivência das empresas. Não à toa, foram mais de 150 mil novas lojas virtuais criadas no Brasil no ano passado. Neste período, um montante de mais de 20 milhões de consumidores teve sua primeira experiência de compra pela internet.
E tudo isso foi favorável dentro de um cenário terrível de falta de emprego. Apesar disso, esse foi um setor que empregou mão de obra e contratou pessoas para as áreas de logística, atendimento e pós-venda. Isso é extraordinário. Mas, assim como outros segmentos da economia brasileira, está subordinado a um fator econômico maior, o da saúde pública sob controle. Ainda estamos num ritmo de vacinação que está aquém do que poderíamos ou gostaríamos de estar. Nós temos várias incertezas.
Mas, naturalmente, diante de um novo fechamento ou de fechamentos pulverizados Brasil a fora que temos observado nas prefeituras e estados, cada um com a sua realidade, e sua curva de infectados e de óbitos, decretando medidas das quais julgam importantes e necessárias para a manutenção da vida, nós teremos novamente a revisão desses números para cima. Com as lojas físicas fechando as portas, o comércio eletrônico volta a ter a força que teve no ano passado.
Porém, precisamos olhar com grande responsabilidade prefeituras a fora no Brasil, pois é uma decretação de lockdown responsável no sentido da manutenção mínima das operações das empresas que vendem pela internet. É necessário que cheguem os produtos até essas empresas, termos um contingente mínimo de funcionários trabalhando numa escala extremamente menor, mas suficiente para atender uma demanda online, expedindo produtos para o consumidor da internet. Caso contrário, nós colapsamos também o consumo online e a sobrevivência dessas empresas.
Conectados: No mundo pós pandemia, especialistas afirmam que o futuro do trabalho deverá ser híbrido, especialmente para os de serviços que têm maior valor agregado. Você acha que o comércio no pós-pandemia também vai ser híbrido, com dois pilares fortalecidos?
Rodrigo Bandeira: Existem alguns aspectos. Aquele empresário que não possui um site, pode ter uma amplitude maior de vendas. Se ele tinha uma atuação em rede, ou principalmente uma atuação local, onde ele tem uma loja para determinado comércio, um determinado bairro, um público de circulação, ele abrindo a possibilidade para vendas pela internet, abre a possibilidade de vender os seus produtos ou a sua marca para o Brasil inteiro, e às vezes até para o mundo. Então, primeiro você transforma essa lógica de comércio e abre o seu horizonte. Além disso, você também tem no pós-pandemia, a reabertura do comércio tradicional.
Acredito que as pessoas, uma vez vacinadas, se sentindo seguras, e a economia sendo retomada, devam partir para um consumo desenfreado porque estão todos de certa forma muito cansados com essas restrições. Coisas que até então tínhamos como cotidianas e não valorizávamos, vão passar a ser alvo de desejo desses consumidores, como por exemplo, ir a um cinema ou a um shopping. Isso tudo vai fomentar o comércio. Mas, o comércio eletrônico já está constituído com uma massa maior de consumidores, que experimentaram o canal da internet por necessidade e veem que é possível e seguro. O acesso a multiplicidade de produtos é fácil e rápido. Pode-se comprar vários tipos de produtos em poucos cliques, com muita segurança e muitas vezes com economia. Nessa nova realidade, o comércio eletrônico continua em patamares melhores. Também existem uma série de questões de adaptação.
A questão do home office, por exemplo, sem sombra de dúvida, será algo embarcado em nossas vidas. Só que pequenos fatores ramificados do home office precisam ser observados também. Hoje existe legislação na maioria das cidades brasileiras determinando horários para obras, reformas, várias questões que vão precisar andar junto com o trabalho de dentro de casa, ou seja, o ambiente de casa precisa reproduzir um ambiente empresarial ou um ambiente do escritório para aquele profissional.
As empresas perceberam que elas podem embarcar uma produtividade maior e qualidade de vida para seus colaboradores, e tudo isso remotamente. Eram ferramentas que já eram pensadas, utilizadas de forma residual, mas hoje viraram ferramenta principal. Mas, para isso, temos uma série de posturas e regras municipais e até mesmo leis que precisam se adaptar para que as pessoas tenham também uma qualidade mínima de execução do trabalho home office. Temos uma qualidade de internet residencial muito ruim no Brasil de uma forma geral, então isso precisa também andar a passos largos para viabilizar essa nova realidade de pessoas trabalhando em casa, porque muitas plataformas e sistemas precisam ser acessados remotamente pelos colaboradores e executivos das empresas.
Conectados – Ainda no campo das análises. Estamos falando de 20 milhões de novos consumidores que entraram ano passado no comércio eletrônico. Como ficou a configuração do perfil desse consumidor? Vocês têm algum estudo nesse sentido?
Rodrigo Bandeira: Temos a ultrapassagem do público feminino como consumidoras de internet. Algo que já era previsível, e que aconteceu. Temos uma terceira idade que poderia estar muito mais digitalmente incluída, e está excluída apesar do potencial econômico e de tempo para dedicação a essa conectividade. Quando falo em conectividade, pode ser para consumo de produtos e serviços, para navegação, para adquirir informações e conteúdo. Isso precisa ser mais difundido. As empresas de comércio eletrônico, tanto as recém-criadas, quanto as mais tradicionais, na maioria das vezes miram um público que já sabe como comprar na internet. Parte-se do princípio que todos sabem utilizar de forma habilidosa o canal de comércio eletrônico. Só que não. Ainda existem pessoas que têm potencial econômico e capacidade de crédito, que poderiam estar comprando. Além do que você pode realizar uma compra a qualquer hora do dia.
Porém, as empresas ainda não entenderam isso de forma massiva, do tipo “É a sua primeira compra na internet?”, “Veja aqui um passo a passo”, “Veja fotos, vídeos e tutoriais”. Não, elas embarcam conteúdo para quem em tese já está comprando pela internet e automaticamente exclui um público que poderia comprar também. São várias tarefas que são permanentes. A questão das trocas e da legislação dá mais segurança para o consumidor. Ele não sabe ao certo o que fazer se aquele produto não se adequar ao que ele está imaginando. Faltam conteúdos esclarecedores. Às vezes parece um mito falar e indicar como é o caminho de trocas. É melhor você conscientizar de que é um processo simples e fácil para motivar a compra, seja por impulso ou necessidade.
Conectados – De quanto foi o crescimento no ano passado?
Rodrigo Bandeira: O crescimento foi de 68% e o faturamento foi de 126,3 bi. Tivemos datas fortes. O último trimestre do ano concentra o Black Friday, o Dia das Crianças e o Natal. Então, numa possível reabertura de mercado tradicional e de shoppings, haverá com certeza o embarque desse público para os caminhos tradicionais de compra, dividindo com a internet. Mas, a possibilidade de oferta que se abriu através da criação das lojas e a possibilidade de novos consumidores que apostaram na internet, de forma certa, como canal seguro e prático, vai colocar o Brasil em patamares mais elevados.
Conectados – Você teria alguma previsão para 2021, ou ainda é muito cedo?
Rodrigo Bandeira: Temos uma previsão de crescimento este ano de 18%. Se, infelizmente, voltarmos a fechar as portas do comércio em geral Brasil a fora, certamente esse percentual pode ser revisto para cima. Entretanto, temos muitos desafios ao longo deste ano. Com 150 mil novas lojas virtuais, temos pelo menos 150 mil novas perguntas desses empresários sobre o que fazer, como fazer e em que momento. E nós, como a maior associação do país, não queremos embarcar iniciativas que não deem resultados e que não sejam bem-sucedidas na internet. Junto a isso, tem que se embarcar também muito conteúdo, muito aprendizado, capacitação de pessoal. Uma operação online é muito diferente de uma operação física. E temos certeza de que cumprimos o nosso papel de proteger brasileiros a manter suas empresas. Essa é a nossa grande preocupação, fazer com que as empresas que não estão online possam estar online e manter a sua vida preservada diante dessa situação transitória e caótica que estamos vivendo.
Conectados – O ticket médio do consumo online aumentou no ano passado?
Rodrigo Bandeira: Em números absolutos nós caímos de 420 para 419. Uma queda imperceptível. No ano passado havia muitas compras concentradas. O início da pandemia foi de muita restrição para muita gente. Foi um período longo de fechamento do comércio físico tradicional. O que estamos vendo agora são períodos menores, que não são menos nocivos para quem já está com dificuldade de vender no comércio tradicional. Mas, são períodos de fechamento por 15 dias, prorroga para mais uma semana, fechamento de 10 dias, prorroga. O que vimos lá atrás foi um fechamento completo e amplo, sem planejamento e sem vacina. E o que vemos agora são flexibilidades. Você tinha uma necessidade de migrar totalmente seu consumo para a internet. Houve aquela lógica dos segmentos, toda movimentação em cadeia das categorias e a volta da categoria da informática.
Conectados – Quais foram as categorias líderes em vendas no comércio eletrônico?
Rodrigo Bandeira: Temos uma mudança de hábitos. As pessoas investiram em casa, seja para trabalho, seja para lazer. Houve inclusive um movimento muito parecido com o das Copas do Mundo, que é a aquisição de telas maiores, por exemplo. As pessoas buscaram mais isso porque buscaram permanecer em casa no melhor conforto possível. O isolamento tem um peso terrível na cabeça das pessoas, seja por temor a doença, temor econômico, ou pelo próprio confinamento. Uma coisa é se optar por ficar em casa, outra é ter que ficar em casa. É um cenário diferente. As pessoas têm que se reinventar. Para quem já está muito imerso no online e passa o dia inteiro no computador, quer se desconectar do mundo. Mas, para muita gente essa realidade não é uma realidade. Então como se embarca isso? Cursos online, reuniões online. Lá atrás até isso foi difícil se estabelecer. As pessoas tinham dificuldade para acessar as tecnologias. Mas, começaram a desenhar o ambiente de casa de uma maneira mais agradável. O setor de eletroeletrônicos figura entre os mais vendidos. Foi um movimento que muita gente fez de compras para trazer um maior conforto ou mesmo funcionalidade. Nós não passávamos tanto tempo dentro de casa. Hoje sim, com isso, passamos a utilizar mais os equipamentos.
Conectados – Como você avalia os investimentos realizados pelas indústrias em seus próprios canais eletrônicos de venda direta ao consumidor pela Internet. Você observa esse movimento como tendência?
Rodrigo Bandeira: Isso está se estabelecendo no Brasil de uma maneira muito bacana. Eu acho que é importante termos isso e acredito que a indústria faça uso desse canal direto com esse consumidor também para colher tendências, para colher informações importantes nos desenvolvimentos dos atuais produtos e dos futuros produtos de determinadas categorias. Essa proximidade tem um valor inestimável. Essa tendência é uma realidade no Brasil que vai acontecer cada vez mais e a internet vai ajudar nesse sentido. Algumas das dificuldades são a conexão e a questão da logística no Brasil que ainda é uma tarefa difícil. Mas, em algum momento, espero que cheguemos num nível de maturidade boa. Se não tivermos tantos aumentos sucessivos de combustível, a logística vai se tornar menos penosa e pesada para a estrutura de uma venda pela internet. São muitos fatores econômicos envolvidos. Mas, é um caminho sem volta, a indústria vai atingir esse consumidor direto e vai alcançar vários benefícios.
Iniciativa criada em março de 2020 arrecada cestas básicas e materiais de saúde das indústrias do Polo Industrial de Manaus e demais empresas engajadas.
Há um ano, quando o primeiro caso de Covid-19 foi confirmado no estado do Amazonas, as entidades do setor industrial do estado, FIEAM, CIEAM, ELETROS e ABRACICLO se anteciparam à fome que atingiria a população amazonense devido a recessão econômica ocasionada pela pandemia e se uniram para socorrer estas famílias em situação vulnerável através dos projetos beneficentes em Manaus.
Veja quem já ajudou https://cieam.com.br/ohs/data/docs/3/Industria-do-bem.pdf e saiba como ajudar em www.cieam.com.br
No final do mês de março, o interior do Amazonas foi atendido com mais 14 toneladas de alimentos que foram enviados para os municípios do sudoeste e sul do estado atingidos pela enchente deste ano, foram Boca do Acre, Eirunepé, Itamarati, Envira, Ipixuna, Pauini e Guajará-Mirim (Rondônia), além do estado do Acre para onde foram enviadas 1.000 máscaras modelo N95, 1.000 máscaras hospitalares descartáveis, 500 protetores Face Shield, 100 caixas de álcool em gel com 1.200 frascos.
De acordo com a coordenadora da Ação Social Integrada do Polo Industrial de Manaus, nome desta ação idealizada pela coalizão de entidades da indústria amazonense, Régia Moreira Leite, que é diretora da Impressora Amazonense – IMPRAM, além dos alimentos, a Ação conseguiu enviar doações para outros municípios, “conseguimos despachar com o suporte da Defesa Civil do Estado Amazonas para municípios do interior, na região de Eirunepé e Envira 14 toneladas de alimentos, álcool em gel, sabonetes, e máscaras”, informou a coordenadora.
Até o mês de fevereiro de 2021, mais 92 toneladas de alimentos foram arrecadadas e enviadas para comunidades de Manaus e Região Metropolitana, alcançando também a população ribeirinha e famílias indígenas na área urbana da capital. Para relembrar este 1º ano de Ação Social Integrada do Polo Industrial de Manaus, as entidades lançaram um book nas redes sociais com registros, dados e depoimentos de voluntários, gestores de instituições beneficentes e presidentes das entidades parceiras do projeto.
Presidentes das entidades falam sobre prevenção e solidariedade nas indústrias.
O presidente do CIEAM, Wilson Périco, relembra da adaptação que as indústrias aplicaram em 2020 no ambiente das fábricas para prevenir a contaminação entre os funcionários e a mobilização das empresas para socorrer os profissionais de saúde com EPIs.
“Houve uma reengenharia do layout do processo fabril para ter um distanciamento, inclusive com a construção de mais baias na orientação e disponibilização do álcool em gel, da máscara e na comunicação e orientação para que essas pessoas replicassem esses cuidados em suas casas, nós arrecadamos e doamos mais de 200 toneladas de EPI, trabalhamos no desenvolvimento de um respirador pulmonar aqui em Manaus e também olhamos para a questão das pessoas que sofreram com a pandemia e que perderam a sua fonte de renda, arrecadamos 200 toneladas de alimentos em 2020, e desde a virada do ano até o mês de fevereiro foram arrecadadas mais 92 toneladas. No dia 12 de janeiro nós doamos aos hospitais 72 mil m² de O2, nós acordamos com as empresas que se utilizavam de gases na produção, seja oxigênio ou nitrogênio para que abrissem mão de receber esses gases por um tempo indeterminado”.
O presidente da Federação das Indústrias (FIEAM) e vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Antonio Silva, destaca a prioridade que o setor industrial deu para a redução dos impactos causados pela pandemia. O SESI Clube do Trabalhador, por exemplo, foi cedido para ser ponto de vacinação na campanha contra a Covid-19 e está em primeiro lugar entre dez pontos de vacinação que mais vacinaram na capital Manaus, com 41.372 vacinas aplicadas na 1ª dose. “Nesse período, a indústria demonstra o valor da solidariedade para redução dos impactos causados pela pandemia nos aspectos sociais e econômicos do Amazonas. Prioriza doações de itens que salvam vidas, como equipamentos hospitalares e cestas básicas para aplacar a fome, e a manutenção dos empregos e investimentos”.
A ELETROS, Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos, também parceira da Ação Social Integrada do Polo Industrial de Manaus reafirma o compromisso da entidade e das indústrias de eletroeletrônicos no enfrentamento da pandemia, diz o presidente Jorge do Nascimento Jr., “A ELETROS e suas Associadas desde sempre estão engajadas na missão de contribuir para a minimização dos problemas sanitários e sociais decorrentes da pandemia. Seguiremos atuando em conjunto com as entidades que compõem a Ação Social Integrada que, ao longo de um ano de atividade, vem trazendo alento para dezenas de milhares de famílias e pessoas em situação de vulnerabilidade. Há, ainda, muito a ser feito”.
Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) fala sobre o aprendizado neste primeiro ano de Ação. “Durante esse período, aprendemos a ter mais empatia e ser solidários uns com os outros. A união das indústrias, suas lideranças e seus profissionais para auxiliar a sociedade e os órgãos de saúde é um legado que ficará para sempre na história do Amazonas no combate a essa crise sanitária sem precedentes. A Abraciclo tem orgulho de ter feito parte dessa Ação e contribuído com a sociedade da região de Manaus que, há mais de quatro décadas, nos ajuda a fortalecer o Setor de Duas Rodas no Brasil”.
Responsabilidade Social das empresas doadoras
No dia 10 de julho de 2020, a Samsung Eletrônica da Amazônia doou 6,8 toneladas de alimentos durante uma visita do presidente do CIEAM, Wilson Périco, à fábrica localizada no Polo Industrial de Manaus, recepcionado pelos representantes da indústria de smartphones instalada em Manaus, o vice-presidente, Yongwoo Sohn; diretor de RH, Byonglae You e o gerente Sênior de RH, David Vital. As indústrias do polo de duas rodas Yamaha Motor da Amazônia Ltda e Moto Honda da Amazônia são exemplos de empresas que apoiaram a Ação Social Integrada do PIM, e mantêm projetos desenvolvidos de longa data, como o apoio que a Yamaha presta ao projeto Pró-Menor Dom Bosco e a Honda – que além das cestas – também cedeu oxigênio para o sistema de saúde do Amazonas.
VACINAÇÃO
VACINAÇÃO É A CONFIANÇA EM UM FUTURO MELHOR
Mesmo que haja atrasos nas previsões de disponibilização de vacinas para todos os brasileiros em um curtíssimo espaço de tempo, a contratação de mais de 560 milhões de doses pelo Ministério da Saúde é uma boa notícia e indica que o país está unificado no entendimento de que este é o único caminho para superarmos esta terrível crise sanitária provocada pelo novo coronavírus.
Apesar do cansaço de todos com as diversas restrições em nossas vidas e os enormes desafios pelos quais passam os mais diversos setores da economia, incluindo o de eletroeletrônicos, devemos olhar para o futuro com confiança.
Ao que tudo indica, ainda no segundo semestre, considerando as previsões mais pessimistas, teremos mais 50% da população vacinada e no primeiro trimestre de 2022 concluiremos a totalização dos vacinados. Isso sem contar a oferta de vacinas por empresas ou pela prestação de serviços de imunização pela iniciativa privada, caso o país escolha este caminho.
Se este cenário se projetar de fato, poderemos nos concentrar, enfim, com mais foco na retomada da economia e na superação desta triste consequência da pandemia. Afinal, o agravamento da crise econômica tem origem na pandemia e está absolutamente claro para o setor produtivo, para o Parlamento e Governo Federal que para avançarmos de fato sobre a agenda da competitividade teremos que superar essa fase da vacinação.
Enquanto isso, cabe a nós da indústria, contribuir, apoiar e apontar ao poder público que estamos todos no mesmo contexto e que juntos poderemos avançar de forma mais rápida e efetiva. Entretanto, é importante que, paralelamente, não desistamos de medidas importantes para a minimização da crise e para a preparação de nosso país para o grande momento, que será quanto tivermos vencido a Covid coletivamente.
As medidas de estímulo à economia como o auxílio emergencial, assim como os programas para preservação dos empregos, são fundamentais neste momento. Igualmente, não podemos perder de vista programas e alternativas para o combate da fome e da pobreza, que infelizmente voltaram a nos assombrar de forma aguda.
É importante também, que avancemos nas agendas estruturantes, por meio da Reforma Administrativa e de uma Reforma Tributária justa, que busque a simplificação e se possível a redução da carga, mas sem deixar de lado as políticas de desenvolvimento regionais que são tão caras ao nosso progresso econômico e enquanto nação.
No ano passado, enfrentamos no primeiro trimestre cenário bastante parecido com o que estamos novamente vivenciando neste 2021. Não imaginávamos como iríamos terminar 2020, e ao final do ano fomos surpreendidos por resultados animadores, que registraram nossa superação. Apesar de um momento econômico um pouco mais difícil agora, o fator positivo surpresa, que no ano passado foi o auxílio emergencial, talvez agora seja a vacina.
Com um ambiente político equilibrado, esse conjunto de iniciativas aliadas à vacinação, nos levará para um outro contexto, no qual poderemos novamente ter a confiança de que com o bem mais precioso da nossa população, a saúde, estando protegida, daremos conta do recado de cumprir com a previsão de crescimento do PIB que é de 3,5% ou até mesmo ir além disso.
Jorge Nascimento, Presidente Eletros