Manaus – O setor industrial do Amazonas se diz otimista com a indicação do coronel reformado Alfredo Menezes para comandar a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). Mas dizem que ele terá grandes desafios à frente da autarquia, um será recuperar o respeito e representatividade da Suframa no cenário nacional. Outro será buscar novos mercados para os produtos produzidos no Polo Industrial de Manaus (PIM) e eliminar a burocracia que trava o Processo Produtivo Básico (PPB) que, em muitos casos, levava até dois anos para que a empresa tivesse autorização para desenvolver um produto.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Eletroeletrônicos (Eletros), Jorge Júnior, é de opinião que Alfredo Menezes tem bom trânsito e boa interlocução com o governo federal, o que deve facilitar no debate sobre o PPB e outras questões de interesse da Zona Franca de Manaus (ZFM).
Segundo Jorge Junior, o coronel Alfredo Menezes, por ser amazonense e doutor em planejamento, conhece a realidade da região e poderá atuar para restabelecer a credibilidade da Suframa, contribuindo para que seja aprovada a reforma tributária, além de buscar novos mercados para os produtos fabricados no PIM. Ele lembra que o coronel não é uma indicação política, é um técnico com conhecimento, tendo a confiança do presidente da República.
O presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, também segue a linha de otimismo sobre a indicação do coronel reformado. Ele destacou, porém, que apesar de ter prestígio junto ao governo federal, o coronel Alfredo Menezes terá grandes desafios, que precisam ser enfrentados para recuperar a imagem da Suframa.
Um desses desafios, segundo ele, é resgatar a representatividade da Suframa no cenário nacional. Outro e destrava a liberação dos PPBs, tem ainda às questões ambientais, que em muitos casos impedem a implantação de novos projetos no Amazonas.
Ele cita como exemplo, a exploração da jazida de potássio para a fabricação de fertilizantes. Esse projeto está emperrado porque, segundo os ambientalistas, está localizada em área indígena. O Brasil importa 90% do fertilizante utilizado no país. Se a indústria tivesse permissão para funcionar no Amazonas, iria abastecer boa parte do mercado nacional, acabando ou reduzindo a exportação desse produto fabricado em outros países.
Wilson Périco defende que o Amazonas precisa interiorizar a economia, criando um novo modelo econômico para somar com o modelo da Zona Franca. O presidente do Cieam chama a atenção, os amazonenses não devem esperar apenas pelas ações do novo superintendente da Suframa, e ficar reclamando das decisões da equipe econômica que, segundo ele, não está contra a Zona Franca.
“Precisamos deixar de pensar que somos o patinho feio do Brasil. Precisamos ser mais atuantes, mas propositivos, mostrar que o modelo Zona Franca é um grande contribuinte para o Brasil, econômica e socialmente”, destacou Wilson Périco.
A confirmação do coronel reformado Alfredo Menezes para comandar a Suframa foi feita, na quarta-feira (9), pelo titular da Secretario de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), Carlos Alexandre da Costa, durante evento em Brasília, que marcou o início das atividades do órgão, que é ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio MDIC.
Alfredo Menezes é Doutor em Planejamento e participou de missões da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização dos Estados Americanos (OEA). Participou também de projetos do Exército Brasileiro na região e chefiou o Comando Militar da Amazônia (CMM). Ele será o terceiro militar a administrar a Suframa.
Link da matéria: https://d.emtempo.com.br/economia/134426/indicacao-de-coronel-para-a-suframa-e-vista-com-otimismo-no-amazonas