27/08 – DCI (online)
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) subiu 1,8% em agosto em comparação ao mês anterior, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O resultado representou alguma recuperação no consumo, após cinco quedas sucessivas, disse a instituição.
Com a alta, a intenção de compras atingiu 91,4 pontos, revertendo a tendência de queda iniciada em março deste ano. A propensão de gastos das famílias praticamente se estabilizou em comparação com o patamar de dezembro (91,2 pontos) e subiu 6,8% em relação ao mesmo período do ano passado (85,8 pontos).
Segundo a CNC, a alta de agosto respondeu principalmente pelas variações positivas dos subíndices perspectiva de consumo (4%) e momento para aquisição de bens duráveis (2,4%). Além disso, houve variação positiva do subindicador renda atual (1,9%).
“O maior otimismo das famílias na programação de seus gastos reflete o cenário de mudanças na economia, com medidas que apontam um período de crescimento sustentável gradual do País”, avalia o presidente da CNC, José Roberto Tadros. “Uma possível melhora no nível de endividamento e a possibilidade dos saques nas contas do FGTS e do PIS/Pasep estão estimulando decisões de compra a prazo.”
O ICF tem permanecido abaixo de 100 pontos, zona considerada de insatisfação, desde abril de 2015, quando chegou aos 102,9 pontos. Apesar de ter melhorado, em agosto, a insatisfação das famílias manifestou-se em quatro itens do ICF, como compra a prazo (85,7 pontos), nível de consumo atual (71,9 pontos), perspectiva de consumo (91,0 pontos) e momento para duráveis (62,6 pontos).
Já os indicadores renda atual e emprego atual (este com variação de 0,8% em relação a julho) apresentaram-se como os mais altos do ICF de agosto: 108,8 e 116,1 pontos, respectivamente. O economista da CNC Antonio Everton Junior observa que o aumento do otimismo em relação à propensão às compras ocorreu em todas as faixas de renda e regiões do País.
“A estabilidade relativa dos preços e uma melhora gradual no mercado de trabalho são dois fatores de influência direta na percepção de consumo das famílias e também ajudam a explicar a recuperação do ICF em agosto”, afirma o economista.