Entrevista Jacques Ivo Krause – vice-presidente da Linha de Portáteis
1 – Qual seu panorama sobre o ano que se encerra e quais foram os principais desafios do segmento em 2022?
Para o Setorial de Eletroportáteis o ano de 2022 foi desafiador, iniciando com os estoques do mercado elevados. Os lojistas durante o primeiro semestre ajustaram esse nível reduzindo as compras da indústria.
A inflação aliada à Taxa SELIC em 13,75% inibiram as vendas à prazo.
As vendas no varejo, SELL-OUT para Portáteis estão estáveis em relação a 2021, consumindo o estoque, mas para a indústria ainda teremos uma queda nas vendas.
O lado positivo no ano foi a redução de custos de custos das commodities bem como dos fretes internacionais a patamares mais aceitáveis no quarto trimestre, bem como a redução do IPI e do II(Imp. de Importação).
2 – Qual a expectativa, na sua leitura, para o próximo ano? Quais os pontos positivos que podem aquecer o mercado em 2023?
Vemos como pontos positivos para 2023:
– A manutenção do Auxilio Brasil em R$ 600,00 será importante para melhorar o consumo de grande parte da população.
– A melhoria do emprego em geral no país com a volta da área de Serviços.
– A redução da Taxa Selic a partir do segundo semestre facilitando as vendas à prazo.
– A inflação voltando ao controle permanecendo dentro da faixa de controle prevista pelo Banco Central.
– A estabilização dos custos de matérias primas, do petróleo e dos fretes internacionais que tanto afetaram as empresas nos últimos 2 anos.
– O Efeito La Niña presente nos últimos 3 anos inibiu as vendas da linha de Ventilação, para 2023/24 a previsão é a volta do El Niño que trará novo impacto nas vendas dessa linha importante para o Setorial de Portáteis.
– Com o consumidor mais dentro de casa nos últimos anos, passaram a dar mais importância a ter um lar mais completo para facilitar os afazeres domésticos, e essa tendência deve permanecer, apoiando as vendas de eletroportáteis.
3 – Quais os principais desafios da agenda setorial em 2023?
Vemos como desafios para 2023:
– A redução dos custos de matérias primas a níveis aceitáveis, bem como dos fretes internacionais.
– O avanço das vendas por e-commerce e a organização dos grandes varejistas que afetam os lojistas regionais trazendo problemas de resultado muitas vezes de solvência.
– O atingimento das metas de reciclagem de produtos e a busca da sustentabilidade.
4 – Apesar de um momento econômico desafiador, a indústria deve seguir investindo em inovação nos seus produtos no próximo ano? Há alguma inovação tecnológica por vir?
O Brasil é um país com 214 Milhões de pessoas e com muito ainda para ser feito, o Bônus demográfico continua até pelo menos 2030, temos portanto, plenas condições de seguir crescendo e investindo no país.
A melhoria de competitividade do Brasil em relação a China também nos traz mais condições de continuar investindo em nossas indústrias buscando atender o mercado Brasileiro e da América Latina, com chances maiores de exportação para EUA e União Europeia que buscam alternativas ao suprimento Chinês.
A tecnologia seguirá apresentando novos caminhos principalmente no que se refere a IA(Inteligência Artificial), ML(Machine Learning) que estão sendo largamente aplicados na indústria 4.0 trazendo mais eficiência, redução de consumo de energia e melhoria da qualidade dos componentes.
O uso de Aplicativos aliados aos produtos mostra-se um desafio na área de Eletroportáteis e continuará sendo avaliado para algumas aplicações.