1 – A Eletros acaba de estruturar a área de sustentabilidade. Qual a importância para a entidade de ter um núcleo de trabalho estruturado para tratar deste tema? 

Bruno Moreno – O tema de sustentabilidade e suas áreas correlatadas têm sido elemento-chave no processo de governança das empresas, criando um ambiente vantajoso para o estabelecimento e manutenção de relacionamentos ancorados em valores expressivos e que agregam positivamente à empresa e elevam a reputação da sua marca, principalmente para o público que considera o posicionamento socioambiental como fator de compra e aderência ao ecossistema de uma fabricante.

Do lado técnico, ainda temos a possibilidade de atuação nos temas de gestão de resíduos, transportes, controle de substâncias, acompanhamento de instrumentos normativos e legais, mudanças climáticas, entre outros temas que devem ser rastreados pela pasta de sustentabilidade e trazidos de forma dinâmica aos membros da associação.

2 – Como será internamente e externamente a atuação da gerência de sustentabilidade na Eletros?

Bruno Moreno – Internamente, teremos sempre o alinhamento com as Associadas nos temas de interesse e necessidade, buscando um entendimento coletivo e viabilidade das tratativas e influências. Passaremos a agir de maneira ativa nas principais agendas externas, a fim de garantir que o setor passe a ter uma postura de influência e não apenas de reação aos temas de sustentabilidade.

3 – Quais são as principais agendas em sustentabilidade para o nosso setor e por quê? 

Bruno Moreno – Hoje as temáticas vinculadas à gestão de resíduos são temas-chaves dentro das agendas, passando pela gestão dos resíduos industriais e o pós-consumo com a logística reversa, essa temática impacta de forma sólida, com custos que sobrecarregam a indústria.

Um assunto que deve ganhar cada vez mais força são as mudanças climáticas, principalmente emissões de CO_2. Essa pauta deve impactar em demandas por parte do poder público para realização de mapeamento e inventário dessas emissões.

Outros temas devem ser trazidos à medida que vamos mapear a necessidade de cada Associada, sendo essa uma ação que vamos colocar como prioridade, que é entender junto à Associada, como podemos ser uma força facilitadora e deixá-las sempre resguardadas nas agendas de sustentabilidade.

4 – A agenda ESG hoje, é desejada pelas empresas diante da grande valorização do tema sustentabilidade para o mercado e investidores.  Como a indústria figura nesse contexto e como garantir unidade setorial em um tema tão complexo? 

Bruno Moreno – Hoje, existe um direcionamento de todo o mercado em fortalecer as agendas de ESG, para a indústria de eletroeletrônicos esse tópico não é diferente. Temos uma grande inovação aplicada e o impacto social positivo que é gerado pela presença do setor em todas as ramificações desse tema, que em geral, transcende a unidade de cada empresa e pode ser trazido como benefício atrelado às ações coletivas da indústria de eletroeletrônicos.

5 – Como a Eletros pode ajudar suas empresas Associadas a trabalhar suas dinâmicas de enquadramento no modelo ESG?

Bruno Moreno – Trazendo as Associadas a certeza de que os temas que compõe a agenda ESG serão facilitados, sempre que possível, pela ação da Associação e provendo embasamento atualizado e coerente para o setor, dando instrumentos que otimizem a adesão dos temas ESG dentro de cada empresa.

6 – Fale um pouco sua trajetória, formação e experiências anteriores e como você passou a atuar na área da sustentabilidade. Quando e por que você notou relevância nesta agenda para as empresas?

Bruno Moreno – Desde o princípio da minha carreira, foquei minha atuação na área de sustentabilidade, acreditando que esse é um instrumento que fundamenta resiliência às empresas e as ajuda a construir modelos de negócio com longevidade.

Me formei em Engenharia Ambiental com pós em gestão de projetos, recentemente, conclui a trilha de formação em relatos de sustentabilidade (GRI), principal ferramenta para demonstrar o ESG de uma empresa. Comecei minha jornada com avaliação de projetos e implementação de tratamento de resíduos eletroeletrônicos dentro da prefeitura de São Paulo, posteriormente atuei como perito ambiental.

Passei um longo período dentro da entidade gestora de logística reversa de eletroeletrônicos (ABREE), na qual tive forte interação com a ELETROS e suas Associadas. Aprendi desde cedo com grandes fabricantes sobre os produtos eletroeletrônicos, suas dinâmicas e sobre a responsabilidade do trabalho do setor. Hoje, busco replicar e aprimorar todos esses temas como forma de imprimir excelência na área de sustentabilidade.