27/02 – Fonte: Folha de S. Paulo
Setores da indústria brasileira que há anos reclamam da entrada de produtos contrabandeados no país competindo com a produção nacional se animaram ao ver o novo esforço do varejo para pressionar o governo por uma solução capaz de combater a venda de mercadorias não tributadas nos chamados marketplaces, os shoppings virtuais estrangeiros.
Synésio Batista, presidente da Abrinq, associação que reúne fabricantes de brinquedos, afirma que finalmente o varejo acordou para o fato de que não se tratava de um problema só da indústria.
“É uma delícia ter o varejo conosco nessa briga, que é eterna. A gente vinha perdendo sozinho, aí passamos a perder junto com o varejo e a nossa força aumentou. Não podemos aceitar que alguém importe um produto e não pague tributo ou não cumpra o Inmetro, se eu tenho que cumprir”, afirma Batista.
Outro porta-voz histórico da causa é Humberto Barbato, presidente da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica).
“O setor eletroeletrônico, que é afetado pela venda de telefones celulares que entram de maneira irregular no Brasil, se for convidado a apoiar esse movimento, vai estar junto, porque é um problema que afeta a indústria também”, afirma Barbato.
Jorge Nascimento, presidente da Eletros, diz que no setor de eletrodomésticos e eletroeletrônicos, o problema é focado nos eletroportáteis.
Ele argumenta que, além do prejuízo da indústria pela concorrência desleal, o problema atrapalha a arrecadação de tributos e coloca o consumidor em risco.
“Há casos sérios de chapinha de cabelo que pega fogo. Enfim, agora, em uma aliança muito positiva de varejo e indústria, a gente se une para sensibilizar os governos para enfrentar e acabar com esse tipo de coisa”, diz o presidente da Eletros.
Por Joana Cunha com Andressa Motter e Ana Paula Branco