17/04 – Fonte: ELETROS
O superintendente da Suframa, Alfredo Menezes, esteve hoje (17) na Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), em São Paulo. “Essas oportunidades serão mantidas a cada dois meses pelo menos. Não adianta ficar sentado à mesa. Estou há dois meses no cargo e falo abertamente com todos. Não é possível alcançar os objetivos da entidade com as nomeações que eram feitas pelo sistema anterior. O gestor era engessado pelo próprio sistema e propus novo modelo de gestão, com maior autonomia para a Suframa”, disse ele aos empresários. Menezes foi enfático ao declarar: “Quero dizer que estamos juntos. O presidente me disse que o que for bom p ara o Amazonas é bom para o Brasil”.
De acordo com ele, a tecnologia e seu avanço é o maior desafio. “Agora, a nossa interlocução é direta, precisamos entregar as demandas que sejam boas para o Brasil. O modelo de que essas instituições mandam demandas para o Ministério da Economia e nós ficarmos sabendo somente depois, não existe mais, estamos quebrando esse sistema de trabalho, queremos ser parceiros e não concorrentes”, explicou. Para o superintendente, não basta apenas mandar ofício, é preciso se comunicar. “O preponderante é o conceito técnico e é isso que queremos e precisamos mostrar. Tenho o compromisso de que nada sairá sem o nosso conhecimento e é muito importante ter essa interlocução. Antes não havia conversa da Suframa com as nossas entidades de classe. Queremos mudar isso”.
Segundo ele, a nova Previdência é um grande desafio. “Ela será aprovada, não tenham dúvidas, mas é preciso que se saiba que mudou o toma lá, dá cá. O Brasil está mudando. Depois da aprovação dessa reforma haverá um ganho muito grande para todos nós e setores”.
Hoje não há renúncia fiscal e sim investimento, disse ele, acrescentando que sem as indústrias, sem a presença de forte atividade econômica, a região terá maior desmatamento. “Sem contar que é preciso conhecer a região. Temos lá um modelo que há 52 anos dá certo, é uma política de ocupação. Há todo tipo de criminoso de olho naquela região. Não temos alternativa para nossa região.
Em relação ao Processo Produtivo Básico (PPB), Alfredo Menezes disse que considera o instrumento um artifício que impede o desenvolvimento da região. As decisões são tomadas no Ministério da Indústria e Comércio, mas emperram no Ministério da Ciência e Tecnologia. “Já conversei com o ministro Marcos Pontes sobre isso. O momento é de avançar e não se pode ter a visão do umbigo, não pode segurar o PPB, nem escolher empresas, temos de pensar no todo, no emprego e no andamento da economia”. Segundo ele, a Suframa está disposta a participar dessas discussões e assumir o compromisso de que é preciso não travar os andamentos. “Em muitos casos som os prejudicados pela reserva de mercado, sendo obrigados a usar insumos que não nos atendem plenamente e a um custo maior”, disse o presidente da Eletros, Jose Jorge do Nascimento. “O negócio é voltar com GT (Grupo Técnico) PPB e agilizar o prazo de análise”, definiu Menezes.
O presidente da Eletros, José Jorge do Nascimento, fez uma apresentação da entidade durante a reunião, que contou com representantes de todas as empresas associadas instaladas na Zona Franca. “Temos bilhões de investimentos na Zona Franca de Manaus e, portanto, é do nosso interesse desenvolver a indústria nacional. Em Manaus concentramos toda produção nacional de ar condicionado e televisão, por exemplo, mas fabricamos também linha marrom e eletroportáteis”. Em 2018, o faturamento do setor foi de R$ 47,7 bilhões, o equivalente a 3,3% do PIB industrial do País. Em 2017 éramos responsáveis por 115,1 mil empregos, volume que subiu para 150 mil no ano passado. No polo de Manaus, representa mos 35% dos postos de trabalho”, destacou Nascimento.
Além dos grandes números da Eletros, Nascimento falou das atividades institucionais que a entidade exerce para a defesa da representatividade do segmento e acompanhamento da legislação que rege o setor. Apenas para exemplificar, a produção do setor cresceu 5% no ano passado, um número que poderia ser melhor, mas houve a greve dos caminhoneiros, houve a incerteza quanto às eleições e alta dos principais insumos, como aço e insumos, além da variação cambial. “Isso fez com que o consumidor perdesse a confiança e com o desemprego acabamos fechando muito abaixo das expectativas. Em TV, por exemplo, voltamos ao nível de produção de 2010, na faixa de 12 milhões de unidades&rdqu o;.
Em eletroportáteis há ociosidade na faixa de 30% e é também uma linha de produtos que poderia ser ampliada na Zona Franca de Manaus e fora dela também. “Precisamos de apoio em logística reversa, sofremos com o tabelamento dos fretes e os custos amazônicos. “Entendemos que é um momento de mudança e que é preciso avançar, mas não se pode errar. Temos capacidade ociosa, qualidade de produto e estamos sim preocupados com a abertura comercial e com a reforma tributária”, reafirmou o presidente da Eletros.