08/04 – Gasta mais? Não, eletrodomésticos podem ajudar a economizar no fim do mês – Fonte: Uol Notícias
Muita gente deve achar que a lavadora de roupas gasta mais água do que deveria ou que é melhor lavar as louças na pia do que em uma máquina. Ou ainda que geladeira é tudo igual. O momento econômico do Brasil não é o mais propício para sair gastando dinheiro à toa, então levamos essas questões para os especialistas, e as respostas podem te surpreender. A economia no dia a dia pode compensar o investimento no aparelho. Há tecnologias novas embutidas nos eletrodomésticos que ajudam a baixar a conta da água, da luz, do mercado, da assistência técnica e até na economia de tempo.
Os produtos conectados e inteligentes, chamados “smart”, são os expoentes disso, mas há dispositivos 100% offline úteis nesse sentido. Pensando nisso, listamos algumas categorias de produtos e detalhes que vão fazer diferença na sua conta –se você puder gastar com isso, é claro.
A “magia” do inverter
O abre e fecha da porta da geladeira pode significar em um consumo maior de energia na conta do fim do mês, assim como o liga-desliga do ar condicionado é um vilão nos meses mais quentes do ano. Em ambos os casos, ligar o motor que faz a refrigeração, seja do interior de uma geladeira ou de um cômodo, é o momento de maior gasto.
Uma solução para esse problema é buscar equipamentos que tenham o chamado “inverter”.
“Ele sempre mantém o motor em uma rotação mínima. Quando você liga, ele não fica oscilando a temperatura, dando a partida”, explica Michele Rodrigues, professora do departamento de engenharia elétrica da FEI.
No caso do ar-condicionado, as métricas de economia registradas por diferentes empresas são significativas. Segundo a Samsung, o uso do “inverter” significa um gasto até 75% menor, enquanto a Whirlpool, dona das marcas Brastemp e Consul, aponta este recurso como responsável por uma economia de 60% em relação a aparelhos que usam o liga-desliga tradicional.
Esse recurso também está presente em geladeiras e até lavadoras de roupa. Nestes casos, a economia não é tão significativa quanto no caso do ar-condicionado, mas faz a diferença.
Falamos de uma economia de 28% para refrigeradores e 20% para lavadoras no padrão Inmetro.
Ilan Kibrit, gerente de produto da Samsung Brasil
Menos água, menos gasto
Falando em lavadoras, tantos as de roupas quanto as de louças evitam desperdício de água e, por consequência, uma conta mais alta. Como poucas casas brasileiras possuem uma lava-louças, o impacto que ela pode trazer talvez seja o mais pronunciado.Ela economiza seis vezes mais do que lavar na mão, 27 mil litros de água por ano.
Renato Firmiano, diretor de marketing da Whirlpool
O dado não é marketing, mas isso também não significa que toda e qualquer lavagem deve ser feita na máquina. “Se encheu a lava-louças e colocou para lavar, vai ter a economia de água”, explica Wânderson Assis, coordenador do curso de engenharia eletrônica do Instituto Mauá de Tecnologia.
No caso das máquinas de lavar roupa, essa economia de água, confirmada pelos professores, pode significar centenas de reais a mais no bolso fim do ano. De acordo com os dados das empresas, estes são equipamentos que, uma vez comprados, ficam na casa das pessoas de sete a dez anos em média –mas em quatro anos a máquina já “se pagou”.
As tecnologias para isso variam desde copos dosadores de sabão reaproveitamento de água e os diferentes tipos de tanque utilizados. Sobre este último detalhe, existem máquinas de dois compartimentos, que permitem a mistura de tipos diferentes de roupas que normalmente iriam para outra lavagem, e outras com o carregamento frontal, que não necessitam um carregamento completo de água para dar conta da limpeza.
Dispositivos inteligentes e outras economias
Os avanços tecnológicos recentes mais significativos são os dos equipamentos conectados, que utilizam a internet das coisas para funcionarem melhor – ou te avisarem quando vai dar problema. Esses recursos podem ajudar na economia da conta de luz ou água, mas vão além disso.
“Há eletrodomésticos com GPS e monitoramento pela internet para que os projetistas possam monitorar a vida útil de seus equipamentos e avaliar seu desempenho tendo como referência as condições ambientais”, conta Wânderson Assis.
Os eletrodomésticos mais avançados fazem controle do quanto eles próprios gastaram de energia, além de registrar detalhes do comportamento de seu proprietário — e aqui é sempre bom dizer que o uso dos nossos dados e dos nossos comportamentos pode ser potencialmente problemático. Mas, na prática, funciona assim: quer saber quantas vezes você abre a porta da geladeira por dia? Ela registra para você. Está na hora de limpar a lavadora de roupas? Ela te avisa, além de informar se algo está fora do lugar, sem que você precise chamar um técnico e acabe gastando com isso.
Por estarem ligados à internet, os aparelhos também podem ser acionados remotamente, seja para ligar o ar condicionado com antecedência, para chegar em casa e estar fresquinho, ou colocar a roupa para lavar e só ter que estendê-la ao voltar do trabalho. O mesmo vale para desligar.
“Se você esqueceu (o ar condicionado) ligado, é só olhar o celular e ver. Você consegue programar para sempre desligar quando você sai de casa”, explica Kibrit.
Olho no selinho!
Se você está na dúvida entre dois eletrodomésticos, o selo Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica), dado pelo Inmetro, é uma referência que deve ser observada. Esta indicação destaca os produtos de melhor rendimento e eficiência energética.
“Ao substituir uma geladeira classificada com o selo Procel como categoria “E” por um outro com categoria “A”, pode obter-se uma redução no consumo da ordem de R$ 50 no ano”, diz Wânderson.