ZFM, essencial para a região e o Brasil

02/03

Antonio Silva

Presidente da FIEAM

 

No domingo, 28 de fevereiro, o projeto Zona Franca de Manaus (ZFM) completou 54 anos de atuação. Período de desempenhos exuberantes, de sucessos incontestáveis no campo da produção industrial, substituindo importações, gerando empregos, riquezas e renda para população, mas que também foi alternado por profundas incertezas, provocadas pela falta de planejamento, organização e objetivo bem definido do que se quer alcançar e, principalmente, pela insegurança jurídica que vivenciamos atualmente e que é sistematicamente provocada pela alteração da legislação, perpetrada por aqueles que não compreendem que o futuro exitoso do Brasil está diretamente ligado ao progresso e desenvolvimento da Amazônia Ocidental.

Sem ela e sua biodiversidade o País perde peso político internacionalmente. Nossos parlamentares, embora inferiores numericamente, têm comprovado com ações concretas seus compromissos na defesa dos nossos interesses, que se coadunam com os nacionais, como ficou demonstrado na questão que envolve a redução do Imposto de Importação (I.I) de bicicletas que inviabiliza, não só o segmento implantado no Polo Industrial de Manaus (PIM), como nos demais estados, beneficiando somente os importadores do bem final.

Não será retirando a proteção e competitividade de segmentos consolidados, com cadeia produtiva bem diversificada, que o Governo dará tranquilidade e segurança jurídica aos empreendedores. Apesar de todas as dificuldades, a criação da ZFM merece ser comemorada, sim, a Suframa está de parabéns pelo desempenho na sua tarefa de influenciar e dinamizar a economia da Amazônia Ocidental durante esses 54 anos.

O superintendente Algacir Polsin tem promovido e incentivado as oportunidades de negócios promissores na ZFM, tanto dos segmentos da alta tecnologia, estimulando os investimentos e crescimento da indústria amazonense, como também tem procurado criar alternativas que possibilitem desenvolver outros segmentos como: bioeconomia, turismo, agronegócio, naval, alimentos, gás, químico, energia renovável, exploração do potencial mineral, reserva terrestre de petróleo e gás natural, desenvolvimento de tecnologias de reciclagem e aproveitamento do lixo orgânico etc.

São segmentos de potencial econômico, que devem observar as boas práticas de conservação ambiental. As atuais dificuldades causadas pela pandemia impossibilitam o aprimoramento da infraestrutura, educação e conhecimento científico tão necessários para o nosso crescimento, não há recursos disponíveis. Então por que nos fragilizar no momento em que mais precisamos de apoio para superar essa crise? O Amazonas e a ZFM têm papel fundamental num mundo de crescente escassez e graves mudanças climáticas, necessitando associar o seu desenvolvimento e crescimento econômico ao melhor uso dos recursos naturais, otimizando a fabricação de produtos e reduzindo custos e perdas produtivas. Apesar de momentos de desalento e cansaço, continuamos inabaláveis na luta.